Birdview usa drones para combater crescente surto de dengue
07/04/2024Essa notícia talvez não seja nenhuma novidade, mas o que chama atenção é vir de um portal de notícias da China!
Os países estão lutando contra a epidemia de dengue, que regista entre 100 e 400 milhões de casos em todo o mundo todos os anos: um aumento de oito vezes em relação a 20 anos atrás, segundo a Organização Mundial de Saúde. Isto é em grande parte causado pelo aquecimento climático, que permite que os mosquitos prosperem em mais áreas. Em São Paulo, Brasil, um dos países mais atingidos por surtos de dengue, a startup Birdview está testando uma possível solução: usar drones para liberar mosquitos machos estéreis.
A Birdview já usou drones na agricultura – liberando inimigos naturais de pragas agrícolas, permitindo que os agricultores usassem menos pesticidas. Em 2021, o engenheiro e fundador Ricardo Machado teve uma ideia: Ele ouviu falar de cientistas que trabalham para prevenir doenças como dengue, febre amarela, chikungunya e zika, todas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, que põe seus ovos na superfície de águas paradas. Os cientistas libertam machos estéreis da espécie em comunidades com altas taxas de doenças para acasalar com fêmeas já presentes na área, suprime desta forma o potencial reprodutivo das fêmeas e reduzindo o número de casos de doenças transmitidas por mosquitos.
Os pesquisadores dirigiram pelos bairros afetados carregando recipientes com mosquitos machos estéreis e liberando-os em áreas infestadas de mosquitos. Mas há um obstáculo que eles não conseguem superar: o acesso aos cantos e recantos do bairro onde a água muitas vezes se acumula, piscinas abandonadas no quintal, pneus em terrenos e borracharias, vasos de flores deixados em cemitérios. Machado acredita que seu drone, que pode levar 17 mil mosquitos por uma área de 25 acres (10 hectares) a cada 10 minutos, pode ser a resposta para essa situação.
A Birdview está atualmente em negociações com diferentes biofábricas que esterilizam mosquitos machos Aedes aegypti e com outras biofábricas que criam mosquitos Wolbachia (mosquitos Aedes aegypti injetados com bactérias Wolbachia que não podem mais transmitir vírus como a dengue) e espera formar parcerias que possam trazer a tecnologia para outros países.
É uma tecnologia que ainda está engatinhando, portanto, segue ainda nossa missão para evitar as doenças transmitidas pelo mosquito é não deixar eles nascerem. Prevenção é nossa arma, pois a dengue (principalmente a hemorrágica) mata.
Para ler mais: https://www.unicef.org/brazil/prevencao-e-combate-ao-aedes-aegypti