Pássaros: uma ameaça evitável ou não?

Pássaros: uma ameaça evitável ou não?

15/11/2024 0 Por redação

É um assunto que há tempos gostaria de colocar aqui, ainda mais pelo fato de que cada vez mais pilotos remotos vem tendo problemas com pássaros, isso se dá pelo crescimento do mercado de drones, diminuição do habitat natural, seja ela de mata ou floresta e também pela adaptabilidade: vimos crescer o número de espécies em áreas consideradas “urbanas” .

Estamos na época que exige maior atenção
É Primavera aqui no Hemisfério Sul e como sabemos, é a época da renovação no mundo animal e com as aves não é diferente, devido a fartura de alimentos e condições do clima. É o período ideal de acasalamento e de proteção de seus ninhos geralmente em lugares altos para ficar longe de predadores. A partir daqui já temos uma das motivações do ataque dos pássaros: defender sua família, portanto, a atenção deve ser redobrada até o final do Verão.

Existe também outra ameaça que são as aves de rapina (gaviões, falcões, etc) e estes aí não precisam necessariamente defender seus ninhos, a verdade é que eles não querem dividir seu território (e claro, sua comida) com ninguém, portanto, se estiver voando em um território de algum gavião, por exemplo, são grandes as chances de confronto. Para se ter uma ideia, só de gaviões temos cerca de dez espécies residentes (ou seja, não migratórias) e entre elas, “o mais famoso do YouTube” em ataques aqui no Brasil é o “gavião carijó” :

Gavião-carijó (R. magnirostris), espécie muito comum nos centros urbanos. Foto: Willian Menq¹

Essa espécie tem certa agressividade na defesa de seu território justificada nas épocas de acasalamento e de proteção dos seus ninhos e não é raro encontrar o gavião carijó em áreas urbanas, pois encontra alimentação abundante, desde insetos até pequenos lagartos e roedores. Nesse link, você encontra maiores informações sobre ele e outras aves de rapina do Brasil.

Precisamos conhecer um pouco sobre as aves, suas rotinas e ter um pouco de sorte, pois serão fatores que vão determinar se conseguirá trazer o drone de volta diante da ameaça de algum pássaro, seja ele uma gaivota que não gosta de concorrência quando está na busca de peixes ou um bando de estridentes maritacas que pode confundir o drone com uma ave de outra espécie, aí é treta certa.

“Ok, não vou mais subir o drone nessa época, ou melhor, vou coloca-lo à venda”

Talvez essa atitude radical não seja necessária: Para começar, estatisticamente, se pegar todos os voos de drone e entre eles ocorrerem quedas, elas são originárias de diversos fatores, como imperícia, linhas de pipa, alguma falha no aparelho, condições meteorológicas adversas e claro, os raros ataques que podem vir desde um vizinho raivoso ou de um pássaro. Pilotar drone, assim como dirigir um carro ou pedalar, inevitavelmente terão alguns riscos e sempre farão parte da vida e de nossas experiências, enfim, mas a pergunta é, podemos evitar? Na maioria das vezes, sim.

Algumas dicas para reduzir os riscos de ataque de alguma ave:

  • Voe em VLOS: você tendo a visada do drone e do ambiente em sua volta consegue agir preventinamente e lembrando que estará dentro das regras para o voo recreativo;
  • A maioria dos pássaros não atacam diretamente: geralmente circulam o “alvo” para ter certeza de ser uma presa, um invasor ou zero ameaça. Tenha calma e não faça movimentos bruscos;
  • Nesse momento de “análise”, tente trazer o drone de volta e vai baixando aos poucos e aumentado a velocidade, dificultando o “cálculo” do bote, se houver;
  • Muita gente fala para subir o drone, mas lembre-se: quanto maior a altura, maior a queda.

Essas três últimas dicas que pegamos na Internet não são cientificamente comprovadas, para muitos funcionam e para outros não surtem efeito. E tem também alguns vídeos de pilotos que acharam a solução definitiva: o uso de adesivo reflexivo na fuselagem, pois se acredita que determinadas cores são vistas pelos pássaros como sinal de perigo, desta forma, evitam a aproximação. E cada vez é maior a adesão a essa ideia…

Sobre essa teoria, assista esse vídeo do Stephen Sutton², do canal “FlyBy Guys”:

Pelos testes que ele fez funcionou.

E quanto à você? Já sofreu algum tipo de ataque? Tem algum dica que funciona?

Conte para nós… Participe!

(1) Fonte:
http://www.avesderapinabrasil.com/

© Aves de Rapina Brasil

(2) A FlyBy Guys é uma empresa de drones, sediada em Helsinque, Finlândia. Stephen também é vice-presidente da World UAV Federation e um defensor da segurança de drones na Finlândia. Para mais informações hello@flybyguys.com . Visite o site: https://www.flybyguys.com